Geologia:
existem 326 locais com interesse científico fundamental
Primeiro inventário do país indica
locais a preservar
2012-03-02
José Brilha
é coordenador do projecto.
A
inventariação geológica completa do território português é de importância
científica e estratégica fundamental e foi concluído recentemente sob
coordenação do Departamento de Ciências da Terra da Escola de Ciências da
Universidade do Minho.
Segundo José Brilha, docente e coordenador do projecto, que envolveu mais de 70 cientistas de universidades e associações e a Fundação para a Ciência e Tecnologia, “já existia um levantamento feito ao nível da fauna e da flora, mas era fundamental classificar locais de valor abiótico [influências que os seres vivos recebem num ecossistema], com interesse científico, revelando a importância de ser gerido e preservado pelas autoridades nacionais que tratam da conservação da natureza”.
Segundo José Brilha, docente e coordenador do projecto, que envolveu mais de 70 cientistas de universidades e associações e a Fundação para a Ciência e Tecnologia, “já existia um levantamento feito ao nível da fauna e da flora, mas era fundamental classificar locais de valor abiótico [influências que os seres vivos recebem num ecossistema], com interesse científico, revelando a importância de ser gerido e preservado pelas autoridades nacionais que tratam da conservação da natureza”.
A inventariação localizou 326 locais com interesse científico fundamental
para o conhecimento geológico do país. O levantamento teve em conta, não só o
valor científico dos locais, mas também a vulnerabilidade deste património.
Alguns dos geo-sítios apresentam risco de destruição devido à ausência de
políticas adequadas de gestão. A lista geral inclui, por exemplo, o granito de
Lavadores (Gaia), o fojo das Pompas (Valongo), os blocos erráticos de Valdevez
(Gerês), as minas da Borralha (Montalegre), os fósseis da Pereira do Valério
(Arouca) e o inselberg de Monsanto (Idanha-a-Nova).
Geo-sítios a preservar e divulgar
Geo-sítios a preservar e divulgar
A lista de geo-sítios a preservar inclui os blocos
erráticos de Valdevez (Gerês).
José Brilha enfatiza que “há locais que não devem
ser destruídos, pois são importantes testemunhos científicos dos
acontecimentos-chave que marcaram a história do planeta, nomeadamente do
território português”. Por isso, o estudo deverá agora conhecer uma fase de
“validação junto do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas,
conseguindo que este organismo passe a gerir também este património natural”.
A investigação vai dar origem a um livro que pretende dar a conhecer a riqueza
geológica nacional.
O projecto dá a Portugal os instrumentos necessários para implementar uma política de geoconservação, com base neste conjunto de locais que correspondem às ocorrências da geodiversidade com valor científico. Paralelamente, o objectivo dos investigadores é “cruzar informação com os colegas espanhóis, que realizaram em Espanha um estudo semelhante, para, em conjunto, definir um inventário à escala Ibérica”.
Numa fase posterior, é objectivo articular, nomeadamente com a França e Itália, a inventariação do sul da Europa, visando num médio prazo classificar geologicamente a Europa. “Em Portugal tínhamos um ligeiro atraso neste campo, pelo que agora estamos em condições de comparar o nosso património geológico com o dos outros países. Aliás, para a sua área geográfica, Portugal é dos países europeus com maior geodiversidade”, acrescenta
O projecto dá a Portugal os instrumentos necessários para implementar uma política de geoconservação, com base neste conjunto de locais que correspondem às ocorrências da geodiversidade com valor científico. Paralelamente, o objectivo dos investigadores é “cruzar informação com os colegas espanhóis, que realizaram em Espanha um estudo semelhante, para, em conjunto, definir um inventário à escala Ibérica”.
Numa fase posterior, é objectivo articular, nomeadamente com a França e Itália, a inventariação do sul da Europa, visando num médio prazo classificar geologicamente a Europa. “Em Portugal tínhamos um ligeiro atraso neste campo, pelo que agora estamos em condições de comparar o nosso património geológico com o dos outros países. Aliás, para a sua área geográfica, Portugal é dos países europeus com maior geodiversidade”, acrescenta
LA.
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